sábado, 26 de janeiro de 2019

2018 - O ano que aprendi a andar de bici

Era o ano de 2018, final de dezembro  e um ano após o lançamento da música "Que tiro foi esse" da Jojo Maronttinni. Dois mil e dezoito, foi o ano que minha vida fez jus a essa música, que "tiro foi esse", no meu 2018!!!

Em março mergulhei no segundo semestre da faculdade de psicologia, no Instituto Metodista, com ênfase em Psicologia Social, atentem a esse detalhe! Ênfase na Social ( Direitos Humanos, Foucaut, Foucault, Foucault, Agamben, Spinoza e turma). Amei tudo, óbvio!

Mesmo março de 2018, último semestre da faculdade de Administração na ULBRA, foi o semestre que eu mais me perguntei:-"Por que mesmo eu estou fazendo essa faculdade?" Artigo de conclusão com o tema: Qualidade de vida no trabalho. Jura? Funcionária pública em 2018, falar sobre qualidade de vida no trabalho sem entrar em depressão profunda!

Abril foi o mês mais tenso, "eu não acredito que tenho que escrever esse artigo!"  Mas sim tenho, quero a graduação, quero a titulação  e acima de tudo provar que simmmm eu consigo! ( Elis sendo Elis).

Bunda na cadeira literalmente, e dedos no teclado. Muito vinho tinto, o outono e sua delícia de temperatura. Sábados intensos, de pesquisa e produção, bagunças acumuladas na casa, pó acumulado nos móveis, menos receitas novas na "Cozinha da Elis".

Maio! Quem vai formatar essa "P....." desse artigo! Quem faz, quanto custa, ahhhh quer saber quem vai formatar, euuuu! Euzinha mesmo, afinal sou professora de português, né!

Adotei a duras penas, um conceito novo pra mim, o de "suficientemente bom", contrariando minha obsessão por "melhor possível beirando  perfeito".

No outro extremo: estágios de psicologia, visitas às instituições, conceitos de "instituição total", "medicalização da vida", a história do Hospital Psiquiátrico São Pedro, o tumulto numa galeria na visita do Presídio Central (Cadeia Pública de Porto Alegre), o grupo de estudos LGBTs nas prisões...

Metade do ano! Artigo aprovadíssimo, semestre de Psico concluído com sucesso, FÉRIAS!

Caos! Eu não aguento mais trabalhar, o universo está me escravizando! Férias do trabalho então e aulas para dar no curso de formação da SUSEPE. Gente nova chegando, esperança, renovação, sempre me faz bem. Não dessa vez, não foi suficiente! Porque eu faço 40 anosssss em agosto e já é agosto e a minha formatura também é em agosto!

Reviravolta - Cortei o cabelo, fiz luzes e deixei voltar a cachear! Vontade imensa de comemorar, de viver, festa de 40, mulherada só e apenas mulherada da "P..." no Valen!!!

Formatura na ULBRA, lindaaaa, pizzaria depois, espumante e sensação de eu sou fodástica! Sairam 5 toneladas das minhas costas, sou livreeeee, agora uma pessoa normal que trabalha e faz 1 (uma) faculdade a noite.

Mas peraí, que papo é esse  feminasi? Feminista é feia, feminista não se depila! Direitos humanos é coisa de esquerdista! Vegano? Tudo maconheiro! Funcionário público?  Mamador! Tudo petê! E foi assim que me descobri: feminista, peluda, feia, petista, maconheira e mamadora, nas palavras dos "amigos" de redes sociais e da família.

Aí, lembrei da música da Jojo! Que tiro foi esse!

O estágio nesse semestre é em Mindfulness, então...

Deixa pra lá, já era o último domingo do ano, a Redenção estava vazia (graças a Deusa kkkk), fiz o cadastrinho no bike Poa, e com ajuda, incentivo e força para equilibrar a bike, comecei as tentativas pelo parque.

Exausta, e até o momento com pouco sucesso, deitei na grama sobre a canga, ao lado da bici, e então vi meus monstros internos, grudados nela, todos os meus nãos da infância, os meus nãos da vida, todas as vezes que quis coisas possíveis e não me permiti, todas as culpas incutidas, estavam rindo ao meu lado.

Foi aí que tentei novamente e  determinada!  Como tudo que se faz com determinação, eu andei! O equilíbrio necessário, atingido, não com perfeição, mas o necessário para andar. O vento de dezembro de 2018, batia no meu rosto, e me libertava das angústias sufocadas, das vontades reprimidas e medos assombradores, deixa partir, deixa ir,  já não me servem mais.

E assim foi em 2018, que andei de bici pela primeira vez! E um 2018, que encerrei vendo os fogos no Gasômetro e revoltada com o banner da chaminé (mais um sinal de esquerdiopatia?).

Ps: Ainda me depilo.
Ps: Mas porque EU quero.





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