segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O rio da vida

Somos como água, escorrendo pelo grande rio chamado "Vida", temos um objetivo por demais audacioso que é alcançar o mar. Pode ser que consigamos ou não, mas é certo que para isso, temos que ir nos adaptando e mudando de forma ao longo dos córregos e riachos.

Nessa fluidez mudamos muitas vezes de forma, manter-se o mesmo na essência, mas novo a cada instante. Gosto de pensar assim. Hoje penso assim. Amanhã, posso pensar de outra maneira, desde que novas ideias e novos fatos me convençam. 

Nossas vidas andam muito explicitas, muito coletivas, como riacho que corre a campo aberto, estamos cada vez mais vistos, e mais julgados. E também fazemos mais julgamentos dos outros. Sim, porque não há santos pisando neste solo. Julgamos e queremos que todos pensem como nós, do contrário estão errados.

Faço minhas escolhas, que muitas vezes, nem são escolhas, mas a simples decisão de apenas seguir a escorrer pelo riacho, deixo coisas no caminho, carrego outras, mas nunca largo minha a vontade de chegar ou a persistência de continuar.

Às vezes, ele quase transborda, pois as lágrimas ajudam a enchê-lo, ou de decepção ou de felicidade. A decepção é aquela que vem de onde menos se espera, depois das declarações de amor profundo, corroídas feito ferro no leito do rio, ou das amizades mais sinceras de outrora, lotada de belos gestos noutros tempos.

Por que mudamos então, se mudar nos dói a alma, nos sangra o coração e deixa sequelas na face?

Mudamos porque, como o rio que escorre pelos terrenos pedregosos é obrigado a tomar formas esdruxulas e mal vistas, logo após caimos na calmaria das terras férteis, escorremos pelos gramados verdes, deixando toda impureza pela margem, e nos bombeamos pelas canaletas floridas, ao menos, até a próxima queda d'água.

Disso é feita a vida, de observar as margens floridas quando é tempo, de se fechar  em furia para passar os terrenos arredios, e de fluir suavemente nas realizações mais lindas e calmas. Saboreando a chuva leve, das lágrimas de alegria, sopradas pelo vento calmo da paz. Sentir-se em primavera, rodeada de amor e esperança. 

E no final,  restará sempre  apenas a água, a alma, nenhum outro caco que se arraste pelo caminho resistirá.




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